Jonathan Sulemane, conhecido pela marcha Quelimane Maputo, sobrevive a ataque violento que levanta suspeitas de motivação política.


Na manhã deste sábado, Quelimane foi palco de um grave incidente que está a gerar forte indignação nas redes sociais e em vários círculos da sociedade civil. De acordo com relatos locais, Jonathan Sulemane — o jovem corajoso que ficou conhecido por ter percorrido centenas de quilómetros a pé, desde Quelimane até Maputo, com o objectivo de participar numa marcha pacífica convocada por Venâncio Mondlane  foi alvo de uma tentativa de homicídio

Testemunhas no local afirmam que um grupo de indivíduos não identificados, alegadamente ligados a um esquadrão clandestino conhecido pelo uso de métodos violentos para silenciar vozes dissidentes, terá emboscado Jonathan nas primeiras horas do dia. A vítima teria escapado por pouco, graças à intervenção de populares que passavam na zona e alertaram as autoridades.

A identidade e as motivações dos atacantes ainda não foram oficialmente esclarecidas, mas tudo indica tratar-se de um acto com contornos políticos, especialmente pelo envolvimento recente de Jonathan em actividades cívicas associadas à oposição. A tentativa de silenciar o jovem ativista gerou uma onda de revolta online, com muitos a exigirem justiça e proteção para todos os que se manifestam de forma pacífica.

Até ao momento, nem a polícia nem a Procuradoria-Geral da República emitiram qualquer comunicado oficial sobre o caso. Entretanto, diversas organizações de direitos humanos já começaram a mobilizar-se, exigindo uma investigação séria, célere e imparcial.

A situação em Quelimane permanece tensa, com receios de novos confrontos e protestos populares a surgir em diferentes bairros da cidade. Vários líderes comunitários apelam à calma, mas exigem também que o Estado tome uma posição firme contra a violência política.

Este atentado falhado contra Jonathan Sulemane lança um alerta preocupante sobre o estado das liberdades civis no país e sobre os riscos enfrentados por jovens activistas em Moçambique.