Ex-comandante da PRM Bernardino Rafael será ouvido pela PGR sobre queixa relacionada a protestos pós-eleitorais e pelo 400 mortes


O antigo comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, deverá comparecer na manhã de segunda-feira, 7 de julho, às 9 horas, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), na cidade de Maputo. A audição decorre no seguimento de uma queixa formalizada por organizações da sociedade civil.

Bernardino Rafael liderou a PRM entre 2017 e o início de 2025, tendo sido uma das figuras mais visíveis no sector da segurança durante um período marcado por grande instabilidade social e política no país. A sua convocação surge na sequência de uma denúncia-crime apresentada pelo activista cívico Wilker Dias, director da organização Plataforma Decide.

A queixa, submetida no passado dia 13 de março, também envolve o antigo ministro do Interior e visa responsabilizar ambos pelas mortes e pela destruição registadas durante as manifestações populares que eclodiram após as eleições. Esses protestos, que se prolongaram por cerca de cinco meses, resultaram, segundo dados disponíveis, em aproximadamente 400 mortes. Para além da trágica perda de vidas humanas, os confrontos causaram significativos danos a infraestruturas públicas e privadas em várias regiões do país.

A Procuradoria-Geral da República irá agora analisar os elementos constantes da denúncia, sendo que a audição de Bernardino Rafael representa um passo relevante no apuramento de responsabilidades e no esclarecimento dos acontecimentos que marcaram este conturbado período da história recente de Moçambique.

A sociedade civil, representada por diversas plataformas de advocacia e direitos