Telefonema enigmático com menção a golpe de Estado expõe divisões internas na FRELIMO e coloca Daniel Chapo no centro de uma crise política iminente.
Um episódio inquietante abalou recentemente os corredores do poder moçambicano, depois de vir a público um suposto telefonema onde, alegadamente, se ouviu a expressão “golpe de Estado” associada à FRELIMO. A polémica estalou de imediato, provocando uma onda de indignação, teorias e especulações sobre um possível racha interno ou tentativa de reestruturação forçada dentro do partido no poder.
As atenções rapidamente se viraram para Daniel Chapo, actual candidato presidencial da FRELIMO, que, nas últimas semanas, tem estado sob fogo cerrado por parte de sectores influentes da sociedade civil e até de figuras próximas do próprio partido. As críticas intensificaram-se após a circulação de áudios e mensagens que, segundo fontes próximas do processo, apontam para um alegado plano de isolamento político ou mesmo derrube silencioso da liderança que se vinha consolidando em torno de Chapo.
As reações não se fizeram esperar. Vários comentadores políticos apontam que a utilização da expressão “golpe de Estado” não terá sido casual, podendo espelhar um clima de tensão crescente entre diferentes alas internas da FRELIMO. “Há uma luta surda pelo controlo do partido, e estas fugas de informação podem ser sinais claros de uma tentativa de desestabilização”, afirmou um analista político consultado.
Chapo, por sua vez, rompeu o silêncio num encontro com membros da juventude partidária, onde classificou os recentes ataques como “orquestrados e mal-intencionados”. Ainda assim, evitou entrar em detalhes sobre o conteúdo do telefonema ou os autores da alegada ameaça velada.
Entretanto, novas revelações estão a emergir. Documentos confidenciais e transcrições parciais do telefonema estão a ser analisados por jornalistas independentes, que prometem divulgar mais detalhes nos próximos dias. Rumores indicam que figuras de alto escalão dentro do partido terão sido referenciadas na conversa, o que pode comprometer ainda mais a coesão interna da FRELIMO a poucos meses das eleições.
A tensão crescente levou a que se multiplicassem os apelos à unidade e à estabilidade institucional, tanto por parte de veteranos históricos da luta de libertação como de organizações da sociedade civil. A preocupação é evidente: qualquer sinal de fragmentação interna poderá ser explorado pelos partidos da oposição, que têm vindo a ganhar terreno nos últimos ciclos eleitorais.
Num momento em que Moçambique se prepara para uma das eleições mais decisivas desde a independência, o episódio do “telefonema do golpe” pode marcar um ponto de viragem. Se confirmado o conteúdo e as intenções implícitas, não só o futuro de Daniel Chapo, mas o próprio equilíbrio político da FRELIMO
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