Compromissos financeiros contraídos durante a gestão de Mahamudo Amurane continuam a dificultar a implementação do  de desenvolvimento local, segundo o edil Luís Giquira.


O normal funcionamento e a execução cabal do plano de actividades do Conselho Municipal da cidade de Nampula têm estado seriamente comprometidos devido ao peso de uma dívida avultada contraída junto da banca comercial. Segundo revelou recentemente o actual presidente do município, Luís Giquira, eleito nas eleições autárquicas de Outubro de 2023, a dívida ascende a cerca de trinta milhões de meticais.

Este passivo financeiro remonta ao período da liderança de Mahamudo Amurane, antigo edil da cidade, cujo mandato foi abruptamente interrompido com o seu assassinato em 2017. De acordo com Giquira, os compromissos assumidos pela gestão anterior continuam a afectar negativamente a saúde financeira da autarquia, dificultando a implementação de diversos projectos estruturantes que constam no plano de desenvolvimento local.

O edil de Nampula lamenta que, ao invés de canalizar os recursos disponíveis para investimentos em sectores cruciais como saneamento, infra-estruturas, abastecimento de água, ordenamento urbano e serviços sociais básicos, uma parte significativa do orçamento tem de ser destinada ao pagamento da dívida herdada, comprometendo assim as metas estabelecidas para o presente mandato.

Apesar das limitações impostas por esta situação, Giquira garantiu que o executivo municipal está empenhado em encontrar soluções sustentáveis para reestruturar a dívida, renegociando com os credores e procurando apoio junto do governo central, com vista a aliviar a pressão sobre os cofres do município. Acrescentou ainda que está a ser feito um trabalho minucioso de auditoria e levantamento de todas as responsabilidades financeiras pendentes, para garantir maior transparência e rigor na gestão dos recursos públicos.

A situação em Nampula espelha um problema mais amplo que afecta diversas autarquias moçambicanas, onde dívidas acumuladas de gestões anteriores continuam a impactar negativamente os planos de desenvolvimento e a qualidade dos serviços prestados aos munícipes.