Empresário moçambicano regressou de Dubai e foi imediatamente detido no Aeroporto de Maputo por suspeitas de branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa.

Foi detido esta sexta-feira, 11 de Julho de 2025, no Aeroporto Internacional de Maputo, o empresário moçambicano Hussen Gulam Mahomed, após ter estado vários meses ausente do país, alegadamente refugiado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A sua detenção ocorreu momentos após desembarcar, numa operação meticulosamente coordenada pelo Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional, no âmbito da denominada operação "Stop Branqueamento de Capitais

Hussen Gulam Mahomed encontra-se constituído arguido num processo que envolve acusações graves relacionadas com crimes económicos e financeiros. Entre os ilícitos que lhe são imputados destacam-se falsificação de documentos, fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais. As investigações apontam para a existência de um esquema complexo de evasão fiscal e circulação ilegal de fundos, utilizando uma rede de empresas de fachada supostamente criadas para fins comerciais, mas que na prática serviam para realizar transferências ilícitas para paraísos fiscais sob o pretexto de aquisição de bens para importação – bens esses que, na maioria das vezes, nunca chegavam a Moçambique.

Fontes ligadas ao processo indicam que o empresário beneficiou de uma rede de apoio composta por despachantes aduaneiros, juristas e funcionários bancários, que terão colaborado activamente na produção de documentação falsa e na manipulação de processos de transferência bancária, facilitando a saída indevida de avultadas somas de dinheiro do território nacional. Tais recursos terão sido utilizados, posteriormente, para adquirir património de elevado valor em várias cidades moçambicanas, nomeadamente Nacala, Nampula e Maputo. Entre os bens adquiridos encontram-se edifícios residenciais e comerciais de luxo, bem como viaturas de alta gama, algumas delas importadas de forma fraudulenta.