Durante visita a Tete, presidente do Parlamento moçambicano manifesta preocupação com os homicídios na Matola e defende o diálogo, o respeito e a solidariedade como caminhos para travar a violência.



Margarida Talapa, actual presidente da Assembleia da República de Moçambique, expressou profunda inquietação perante o aumento alarmante dos casos de homicídio registados recentemente na cidade da Matola, situada na província de Maputo. A dirigente lamentou que tais actos violentos estejam a tornar-se recorrentes, colocando em causa a convivência pacífica e os laços comunitários outrora característicos daquela região.

Durante uma visita oficial à província de Tete, no âmbito das suas actividades parlamentares, Talapa fez um apelo contundente à população para que recuse a violência como solução para os conflitos. Na sua opinião, os homicídios que têm ocorrido na Matola são sintoma de uma grave "falta de amor ao próximo", sinal claro de uma degradação dos valores morais e sociais que deveriam nortear o comportamento dos cidadãos.

A líder do parlamento sublinhou ainda que a resposta à violência não deve ser repressiva, mas sim educativa e preventiva, centrada na promoção do diálogo e da empatia. Segundo Talapa, é urgente resgatar os princípios de solidariedade, tolerância e respeito mútuo no seio das comunidades moçambicanas.

“É fundamental que aprendamos a escutar o outro, a resolver desentendimentos por via da palavra e nunca pela agressão física. A paz começa dentro de cada um de nós”, frisou a dirigente, apelando também às famílias, instituições religiosas e escolas para desempenharem um papel activo na educação cívica e moral dos jovens.

A preocupação de Margarida Talapa surge num contexto em que a criminalidade tem estado a ganhar terreno em várias zonas urbanas do país, deixando a sociedade inquieta e exigindo respostas não apenas das autoridades, mas de toda a estrutura social.