Líder da oposição moçambicana pondera aliança com Vladimir Putin como resposta à dependência externa e ao domínio da Frelimo, prometendo resgatar a soberania nacional.



Fontes próximas ao círculo político de Venâncio Mondlane indicam que o carismático líder da oposição poderá em breve levantar publicamente a hipótese de uma aproximação estratégica à Federação Russa, liderada por Vladimir Putin. Esta jogada, considerada ousada por muitos analistas, surge como uma potencial resposta à contínua submissão do Estado moçambicano aos interesses externos alinhados com os parceiros tradicionais da Frelimo.

A proposta, ainda em fase embrionária, pode representar uma verdadeira viragem de rumo na diplomacia e na política nacional, rompendo com décadas de dependência e alinhamento com blocos que, segundo críticos, não têm respeitado a soberania plena de Moçambique. Ao lançar mão de uma aliança com uma potência geopolítica como a Rússia, Mondlane estaria a enviar uma mensagem clara: Moçambique já não está disposto a ser peão no tabuleiro dos interesses alheios.

Para alguns sectores da sociedade, a proposta revela um nível de coragem e visão estratégica que há muito se esperava no país. Para outros, no entanto, trata-se de um movimento arriscado que poderá trazer consequências diplomáticas imprevisíveis e até prejudicar relações bilaterais já estabelecidas com outras nações.

Será Vladimir Putin o aliado inesperado que poderá ajudar a redefinir o destino político de Moçambique

O debate está lançado, e o país começa a dividir-se entre os que aplaudem a ousadia de Mondlane e os que temem um eventual isolamento internacional.

A iniciativa ganha ainda mais força no contexto do crescente descontentamento popular e do apelo por uma mudança real e profunda no modelo de governação. A aliança estratégica com Moscovo poderá ser vista, não apenas como uma jogada política, mas como um verdadeiro símbolo de autodeterminação e soberania nacional. Uma tentativa de romper com as amarras que muitos consideram herança de um sistema viciado e protector de interesses de elites.

Mondlane poderá estar a apostar num novo eixo geopolítico, procurando inspiração na forma como outras nações africanas têm procurado parceiros fora do círculo ocidental tradicional. O eco do lema “ANAMALALA” volta a ganhar força nas ruas, como expressão da insatisfação colectiva e do desejo de uma nova era para Moçambique.

A luta pelo poder entra assim numa fase crítica, e o xadrez político está longe de terminar. Uma possível jogada internacional poderá, em breve, baralhar as cartas do regime e dar novo alento à oposição.

A questão agora é: estará Moçambique preparado para esse novo alinhamento? E mais importante ainda: estará o povo disposto a pagar o preço da mudança?