Fontes internas revelam que o Ministério Público poderá introduzir provas falsas na residência de Mondlane após o seu regresso ao país, numa alegada tentativa de o incriminar artificialmente.


Maputo  Informações provenientes de fontes próximas da Procuradoria-Geral da República (PGR), nomeadamente investigadores e oficiais judiciários, apontam para a existência de um suposto plano orquestrado com o objectivo de incriminar o político moçambicano Venâncio Mondlane. Segundo os relatos, que alegadamente têm origem em sectores internos do próprio Ministério Público, está em marcha uma estratégia que visaria fabricar provas e introduzi-las de forma encenada nos espaços privados do político, com o intuito de justificar acusações que até hoje permanecem sem clareza.

De acordo com as fontes, o alegado plano está a ser conduzido sob orientação de figuras influentes ligadas ao partido no poder, a Frelimo, numa tentativa de neutralizar Mondlane, figura conhecida pelo seu discurso de oposição frontal e por colocar em causa a legitimidade de diversos actos do Governo. Consta que a referida manobra se inspira em tácticas utilizadas em processos judiciais fora do país, nomeadamente no Brasil, durante investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A estratégia, segundo os mesmos relatos, passaria por surpreender Mondlane com um mandado de busca mal planeado e executado logo após o seu regresso ao território nacional. Nessa operação, estariam previstas entradas forçadas na sua residência, nas suas viaturas ou até no escritório, onde seriam supostamente plantados computadores adulterados, documentos falsificados, armas e outros artefactos que, à primeira vista, poderiam sustentar uma narrativa de envolvimento em actividades ilícitas.

As suspeitas ganham ainda mais força após declarações recentes de Venâncio Mondlane, nas quais o político afirma que, apesar de ter sido sujeito a mais de 14 horas de interrogatório, jamais lhe foi explicado qual o crime de que é acusado. “Até hoje não sei qual é o crime de que me acusam… Nunca me foi dito nada concreto”, terá afirmado Mondlane, reiterando o seu apelo à transparência e ao respeito pelo Estado de Direito.

Num cenário marcado por tensões políticas e pelo acirramento do discurso entre oposição e Governo, cresce o apelo à vigilância cívica. Vários sectores da sociedade pedem que os cidadãos estejam atentos e questionem eventuais “descobertas” de última hora que possam ser apresentadas pela PGR como evidência de culpa. Há o receio de que tais provas sejam, na verdade, produto de uma encenação concebida para desacreditar Mondlane junto da opinião pública e justificar uma eventual detenção.

Caso estas alegações se confirmem, estaríamos perante uma grave violação dos princípios legais e democráticos que regem o Estado moçambicano, bem como perante uma preocupante instrumentalização das instituições de justiça ao serviço de interesses político-partidários.

Diversos analistas políticos alertam que esta possível investida contra Venâncio Mondlane pode representar um novo capítulo de repressão contra vozes dissidentes, num país onde o espaço de crítica tem vindo a ser cada vez mais limitado.

Assim, os próximos dias serão cruciais para o acompanhamento da situação. A sociedade civil, os órgãos de comunicação social, os partidos políticos e as organizações internacionais deverão manter atenção redobrada para garantir que o Estado de Direito seja respeitado e que eventuais abusos não passem impunes.

Moçambicanos, estejam vigilantes", alerta uma das fontes. "O que está em causa não é apenas Venâncio Mondlane, mas a integridade das instituições e o futuro da nossa democracia."

Fonte :canal vm7 Wasp