Advogado Sérgio Azarias Matsinhe denuncia desaparecimento de Vitano Singano e apela à intervenção urgente das autoridades moçambicanas.

Indivíduos não identificados sequestraram recentemente o presidente do partido Revolução Democrática, Vitano Singano, na cidade da Beira, capital da província de Sofala, no centro de Moçambique. O incidente está a gerar enorme preocupação entre membros do seu partido, familiares e diversos sectores da sociedade civil.

De acordo com informações prestadas publicamente pelo seu advogado, Sérgio Azarias Matsinhe, o rapto ocorreu em plena luz do dia, e há testemunhos que poderão ser cruciais para as investigações em curso. Um dos mototaxistas que se encontrava nas imediações do local no momento do crime conseguiu observar detalhes importantes e, inclusive, anotou a matrícula do veículo usado pelos sequestradores. Esta informação já foi entregue às autoridades competentes, na esperança de que acelere o processo de localização de Singano e a identificação dos autores do ato.

Matsinhe considera o caso alarmante e apelou à intervenção urgente das autoridades policiais e judiciais, sublinhando a necessidade de uma investigação profunda e imparcial. O advogado não descarta a hipótese de motivações políticas por trás do sequestro, tendo em conta o papel ativo de Vitano Singano na oposição ao actual regime e a crescente visibilidade do seu partido nos últimos meses.

Até ao momento, as forças de segurança ainda não emitiram declarações oficiais sobre os progressos da investigação, mas garantiram estar a trabalhar para esclarecer os factos. Enquanto isso, cresce o clima de apreensão na Beira e em todo o país, com apelos de diversos cidadãos e organizações da sociedade civil para que se garanta a segurança dos líderes políticos e se respeite o Estado de Direito.

Este presumível sequestro é mais um episódio preocupante num contexto político já marcado por episódios de intimidação e violência contra vozes críticas ao poder. A situação levanta sérias interrogações sobre a liberdade política em Moçambique e o compromisso das instituições com a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos.