Gesto simbólico usado para descredibilizar o político da oposição acaba por gerar efeito contrário, fortalecendo a sua imagem pública e provocando indignação nas redes sociais.

Numa manobra que muitos classificam como mesquinha e desrespeitosa, alguns sectores afectos ao regime tentaram recentemente ridicularizar o político Venâncio Mondlane através de um gesto simbólico considerado insultuoso: a entrega de "alfazema", produto geralmente associado a rituais espirituais e, em certos contextos culturais, à ideia de purificação ou escárnio.

O episódio, que rapidamente se tornou viral nas redes sociais, teve lugar durante um evento público em que Mondlane participava. Fontes no local relatam que indivíduos não identificados, mas supostamente ligados a círculos de influência do partido no poder, terão colocado o frasco de alfazema em destaque, num acto interpretado como provocação directa ao deputado e opositor do sistema vigente.

Contudo, ao contrário do que os seus detractores esperavam, a reacção do político foi marcada pela serenidade e firmeza. Venâncio Mondlane não apenas ignorou a tentativa de provocação, como mais tarde, em declarações públicas, aproveitou a ocasião para reforçar o seu compromisso com a mudança e a justiça social em Moçambique. A sua postura foi amplamente elogiada por apoiantes e até por alguns críticos, que viram no episódio mais um sinal de perseguição política disfarçada de sátira.

Nas redes sociais, a tentativa de humilhação acabou por gerar uma onda de indignação e solidariedade. Cidadãos de diferentes quadrantes manifestaram apoio a Mondlane, criticando o uso de símbolos culturais com o objectivo de descredibilizar figuras da oposição. Muitos apelaram à elevação do debate político e ao fim das tácticas de intimidação psicológica.

Para analistas políticos, este incidente é mais um exemplo da tensão crescente entre forças da oposição e o poder instituído. “É preocupante que o discurso político esteja a ser substituído por encenações e gestos de escárnio. O povo moçambicano merece debates sérios, assentes em ideias e não em actos simbólicos de agressão moral”, comentou um cientista político da Universidade Eduardo Mondlane.

Venâncio Mondlane, por sua vez, garantiu que não se deixará abalar por tentativas de provocação e reafirmou o seu compromisso com a luta por um Estado mais justo e transparente. “Quem luta pela verdade não se deixa desviar por truques baixos. A minha energia está centrada no futuro de Moçambique e na dignidade do nosso povo”, afirmou em tom firme.

A situação relançou o debate sobre os limites éticos das campanhas políticas em Moçambique e sobre a forma como figuras públicas, particularmente da oposição, são tratadas em espaços públicos e mediáticos