Chapo afirmou que qualquer cidadão com um pequeno negócio pode dirigir-se ao banco com os seus documentos, pedir financiamento para expandir o seu negócio e, se não conseguir pagar, o governo assumirá a dívida.


Daniel Chapo afirmou recentemente que qualquer cidadão moçambicano que possua um pequeno negócio poderá recorrer ao banco, apresentar a sua documentação e solicitar financiamento destinado à expansão da sua atividade. Segundo Chapo, caso o beneficiário não consiga cumprir com as obrigações de reembolso, será o próprio Estado a assumir integralmente a dívida junto da instituição bancária.

A declaração, feita num contexto político e económico marcado por elevados índices de desemprego e dificuldades de acesso ao crédito, rapidamente despertou reações diversas na sociedade. Para alguns cidadãos, a proposta soa como uma oportunidade de inclusão financeira, sobretudo para pequenos empreendedores que enfrentam barreiras quase intransponíveis no sistema bancário tradicional. Outros, porém, consideram-na uma promessa irrealista e até perigosa, alertando que o Estado poderia acabar sobrecarregado com dívidas privadas, agravando ainda mais a já frágil situação das finanças públicas.

Economistas e analistas políticos também se pronunciaram, levantando questões sobre a viabilidade prática da medida. Alguns sublinham que, sem mecanismos rigorosos de controlo e avaliação de riscos, tal política poderia incentivar a irresponsabilidade financeira e criar espaço para fraudes. Por outro lado, defensores da proposta argumentam que a intervenção do Estado poderia funcionar como uma forma de estímulo económico, promovendo o crescimento do setor informal e impulsionando a criação de empregos.

Este anúncio de Chapo colocou o tema do acesso ao crédito e da responsabilidade do Estado no centro do debate público, dividindo opiniões e abrindo espaço para discussões mais profundas sobre o modelo económico que Moçambique pretende seguir nos próximos anos.