Ex-Presidente denuncia corrupção, abuso de poder e justifica a revolta popular contra a actual liderança da FRELIMO
Uma bomba política acaba de cair em Moçambique. O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, que durante anos foi visto como uma das figuras centrais da história do país e da FRELIMO, decidiu romper o silêncio e falar abertamente sobre o estado do partido que ajudou a construir.
Numa intervenção marcada pela frontalidade e pela coragem, Chissano deixou claro que a crise que assola o país não é fruto do acaso, mas sim consequência direta do afastamento da FRELIMO dos valores que a fundaram.
A FRELIMO perdeu os seus princípios. A corrupção, o saque dos recursos nacionais e o abuso de poder têm corroído a confiança do povo. Não se pode exigir lealdade quando o próprio partido traiu o espírito da libertação”, afirmou o ex-chefe de Estado.
Estas declarações, feitas perante líderes africanos e observadores internacionais, tiveram um impacto imediato e profundo. Chissano não se limitou a críticas superficiais: expôs a degradação moral e política da sua própria organização e sublinhou que os cidadãos estão legitimados a manifestar o seu descontentamento.
O povo tem todas as razões para se revoltar. Não é apenas contra a pobreza ou a falta de oportunidades, é contra uma elite política que traiu os ideais da independência e que transformou um projeto de libertação num mecanismo de enriquecimento ilícito”, acrescentou.
O eco destas palavras já se faz ouvir por todo o país e também além-fronteiras. Pela primeira vez em muitos anos, um dos rostos históricos da FRELIMO expôs, sem rodeios, aquilo que muitos moçambicanos sentem diariamente, mas que raramente é reconhecido de forma tão clara a partir das fileiras do próprio partido.
A intervenção de Joaquim Chissano representa muito mais do que uma crítica. É um sinal de alerta, um grito de justiça que retira a máscara à elite política que se perpetua no poder. Para a maioria da população, cansada de falsas promessas, má governação e escândalos de corrupção, estas palavras surgem como uma confirmação daquilo que sempre denunciaram nas ruas.
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