Ibrahim Mbaruco e Arlindo Chissale desapareceram em circunstâncias obscuras, deixando famílias, colegas e organizações da sociedade civil à procura de respostas que nunca chegaram.


Desapareceram em circunstâncias sombrias e, até hoje, permanecem silenciados. O destino de Ibraimo Mbaruco e Arlindo Chissale, ambos jornalistas moçambicanos, continua a ser uma ferida aberta na memória colectiva do país. Mais do que a profissão que partilhavam, os dois homens têm em comum um trágico ponto de intersecção: desapareceram misteriosamente e, desde então, nunca mais foram vistos ou ouvidos.

O caso de Ibraimo Mbaruco, que desapareceu em 2020 na província de Cabo Delgado, chocou a sociedade civil e organizações de defesa da liberdade de imprensa, que desde então têm exigido explicações às autoridades sobre o seu paradeiro. Da mesma forma, o desaparecimento de Arlindo Chissale, director do jornal digital Pinnacle News, levantou novas ondas de indignação e reforçou a sensação de vulnerabilidade que os profissionais da comunicação social enfrentam diariamente em Moçambique.

Ambos os episódios simbolizam não apenas a perda de duas vozes independentes, mas também o peso do silêncio que recai sobre as famílias, colegas e cidadãos que ainda aguardam por respostas. Organizações como a MISA Moçambique e o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) têm-se manifestado repetidamente, apelando ao Governo e às autoridades competentes para que esclareçam os factos e garantam que situações como estas não continuem a manchar a imagem do país no cenário internacional.

Enquanto isso, o silêncio permanece ensurdecedor. Cada dia que passa sem respostas é mais uma prova da fragilidade da liberdade de expressão e do jornalismo em Moçambique. As histórias de Mbaruco e Chissale lembram-nos que, por trás das notícias, existem vidas humanas que arriscam tudo para informar a sociedade.