Evento amplamente divulgado como oportunidade laboral acaba acusado de propaganda e de criar falsas expectativas na juventude.

A iniciativa, que havia sido amplamente divulgada como uma oportunidade única para jovens à procura do primeiro emprego ou de uma nova colocação no mercado de trabalho, acabou por se tornar motivo de frustração generalizada. Muitos participantes deslocaram-se de vários pontos do país, investindo tempo e recursos para marcar presença na chamada “feira de empregos”, apenas para se depararem com uma realidade bem diferente daquela que lhes havia sido prometida.

Segundo testemunhos de alguns dos presentes, o evento não apresentou, de forma concreta, as vagas reais que haviam sido anunciadas, limitando-se a expor informações vagas ou a apresentar propostas condicionadas por exigências consideradas desproporcionadas para o perfil dos candidatos. Entre as condições mais criticadas, estiveram a exigência de experiência profissional elevada para cargos de início de carreira, a apresentação de documentos desnecessários ou custos administrativos inesperados, que afastaram muitos dos interessados.

O sentimento de indignação espalhou-se rapidamente, com jovens a partilharem nas redes sociais vídeos e relatos que denunciavam a situação. As publicações tornaram-se virais, com hashtags a exigirem maior transparência na divulgação de oportunidades de emprego e a responsabilização dos organizadores do evento. A narrativa dominante entre os participantes é de que foram “enganados” e usados para criar uma imagem de dinamismo e investimento no emprego juvenil que, na prática, não se verificou.

A feira, que deveria ter sido um espaço de ligação entre empregadores e candidatos, acabou por ser vista por muitos como uma ação de propaganda, onde o foco estaria mais em discursos e promoção institucional do que na resolução real das dificuldades enfrentadas pela juventude no acesso ao trabalho.

Face às críticas, alguns organizadores prometeram rever o modelo do evento para futuras edições, mas a desconfiança já se instalou entre os jovens, que exigem medidas concretas e não apenas promessas. A situação gerou um debate nacional sobre a seriedade com que as oportunidades de emprego devem ser tratadas e a necessidade urgente de proteger os cidadãos de falsas expectativas.