Aeronave adquirida por 6 milhões de dólares apresentou avarias no sistema de navegação e no trem de aterragem em três dias consecutivos, reacendendo polémicas sobre a compra.



O mais recente avião adquirido pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), anunciado como um reforço da frota, está a gerar preocupação devido a constantes avarias registadas logo após a sua entrada em funcionamento. Em apenas três dias de operação consecutiva, a aeronave apresentou diferentes problemas técnicos que afetaram a normalidade dos voos programados.


O incidente mais recente ocorreu na madrugada de quinta-feira, dia 21, quando o aparelho ficou imobilizado durante mais de uma hora no aeroporto de Tete. A razão apontada foi uma falha no sistema de navegação VOR, equipamento fundamental para a orientação da aeronave em rotas aéreas.


No entanto, os constrangimentos não começaram aí. Já na quarta-feira, a mesma aeronave tinha sofrido problemas mecânicos relacionados com o trem de aterragem (“landing gear”), o que forçou a companhia a reprogramar voos em duas ocasiões distintas, afetando passageiros e causando atrasos significativos nas operações.


De acordo com informações divulgadas pelo Canal Moz, o avião foi adquirido por cerca de 6 milhões de dólares. Este dado levanta novas controvérsias, uma vez que administrações anteriores da própria LAM haviam recusado a compra deste modelo, alegando que o estado do aparelho não era o mais adequado para integrar a frota nacional.

Importa recordar que, na altura, a mesma aeronave tinha sido oferecida à transportadora moçambicana através de um contrato do tipo “lease & buy”, pelo valor aproximado de 1,5 milhão de dólares. A diferença substancial entre a proposta inicial e o montante agora desembolsado reacende críticas sobre a gestão da empresa e a transparência do processo de aquisição.