Notificação da PGR a Adriano Nuvunga e morte suspeita de Vitano Singano reacendem polémica sobre “esquadrões da morte
O activista e académico moçambicano Adriano Nuvunga foi notificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para prestar esclarecimentos a respeito de declarações públicas que fez sobre a morte de Vitano Singano, encontrada em circunstâncias misteriosas.
Singano foi localizado sem vida, enforcado, num episódio que abalou a comunidade local e gerou um intenso debate público. A natureza da sua morte, ainda por esclarecer, levantou suspeitas de que possa tratar-se de mais um alegado caso associado aos chamados “esquadrões da morte” grupos acusados por organizações de direitos humanos de praticarem execuções extrajudiciais contra opositores e críticos do sistema.
Nuvunga, conhecido pela sua postura firme na defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos, mencionou publicamente que a morte de Singano se insere num padrão preocupante de assassinatos misteriosos no país. Essas declarações terão levado a PGR a emitir uma notificação, alegando necessidade de apurar informações e fundamentos apresentados pelo activista.
Segundo fontes próximas, a Procuradoria pretende ouvir Nuvunga para compreender melhor as suas afirmações e verificar se existem elementos concretos que sustentem a suspeita de envolvimento de forças clandestinas neste e noutros casos. A PGR sublinha que a convocatória segue os trâmites legais e não deve ser interpretada como um acto de perseguição.
Entretanto, familiares e amigos de Vitano Singano exigem uma investigação imparcial, conduzida por órgãos independentes, que possa apurar de forma transparente as circunstâncias exactas da sua morte. Moradores da área onde o corpo foi encontrado afirmam que o local não apresenta sinais de luta, mas vários detalhes levantam dúvidas quanto à possibilidade de se tratar de suicídio.
O caso reacende o debate sobre a segurança dos activistas, a liberdade de expressão e a necessidade de responsabilização em casos de mortes suspeitas em Moçambique. Organizações da sociedade civil manifestaram preocupação e pediram que as autoridades evitem qualquer forma de intimidação contra quem denuncia irregularidades.
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