Plano da Procuradoria-Geral da República para assumir o controlo do SERNIC levanta suspeitas de manobra política e intensifica o confronto com Nuvunga.



Os bastidores do poder em Moçambique estão ao rubro com uma movimentação que promete abalar profundamente o equilíbrio das forças de segurança no país. A Procuradoria-Geral da República (PGR) estará a preparar uma ofensiva estratégica para assumir o controlo absoluto do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), retirando-o da alçada da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Esta mudança, que para uns representa um reforço do sistema judicial e uma maior autonomia nas investigações criminais, para outros levanta sérias suspeitas de que poderá tratar-se de uma manobra destinada a concentrar ainda mais poder nas mãos de um restrito grupo de decisores.

O cenário torna-se ainda mais intenso com o choque frontal entre Adriano Nuvunga  conhecido pelo seu posicionamento crítico e pelo combate à corrupção  e altos quadros do SERNIC, com a disputa a ter como palco a própria PGR. Nos corredores da política e da justiça, a tensão é palpável, e não faltam vozes a questionar as verdadeiras motivações por detrás desta medida.

De acordo com fontes próximas ao processo, a ideia é integrar o SERNIC como órgão independente, diretamente subordinado à PGR, o que implicaria uma rutura total com o atual modelo de coordenação com a PRM. Especialistas alertam que esta transformação poderia alterar radicalmente o fluxo das investigações criminais, desde a recolha de provas até à responsabilização judicial.

O povo, por sua vez, observa com desconfiança. Muitos perguntam-se se esta iniciativa significará maior eficácia na luta contra o crime ou se servirá apenas para blindar interesses políticos e travar investigações sensíveis. Enquanto as incertezas crescem, a disputa entre Nuvunga e o SERNIC promete marcar um novo capítulo no sempre turbulento cenário político-judicial moçambicano.