Tensão na Avenida Mao Tse Tung: Confronto entre Militares e Polícia em Maputo alimenta rumores de instabilidade




Na manhã de sábado, um episódio inusitado e carregado de tensão agitou a Avenida Mao Tse Tung, uma das mais movimentadas artérias da cidade de Maputo. O incidente, que foi registado e divulgado pela TV Miramar, gerou especulações e até insinuações de que poderia estar ligado a um clima de instabilidade política no país, embora até ao momento não haja qualquer confirmação oficial sobre essa possibilidade.

Segundo a estação televisiva, tudo começou quando uma patrulha da Polícia da República de Moçambique (PRM) abordou um grupo de homens que, apesar de trajarem à paisana, seriam alegadamente militares. Os agentes da lei terão decidido conduzir um dos indivíduos para uma unidade policial, embora as razões para essa decisão não tenham sido publicamente esclarecidas.

Testemunhas que se encontravam no local relataram que a situação escalou rapidamente. No auge da discussão, um dos militares terá agredido um agente policial com uma cabeçada, provocando imediata reação dos presentes. Percebendo que a tensão aumentava e que não conseguiriam conter o grupo, os polícias efectuaram disparos de advertência para o ar, numa tentativa de impor autoridade e acalmar os ânimos.

O ambiente tornou-se ainda mais crítico quando tanto a PRM como os militares chamaram reforços. Viaturas adicionais chegaram pouco depois, aumentando a presença armada e o clima de apreensão entre os cidadãos que assistiam. As ruas encheram-se de curiosos, muitos deles a filmar com telemóveis, enquanto outros comentavam em voz baixa a possibilidade de se tratar de um sinal de fricção institucional ou mesmo de movimentações políticas fora do normal.

Apesar da tensão, o confronto terminou sem registo de mortes ou ferimentos graves. Os militares conseguiram retirar o seu colega do local, enquanto a polícia optou por se retirar, deixando no ar questões sem resposta.

Até ao momento, nem a PRM nem as Forças Armadas emitiram comunicados oficiais a esclarecer as causas do incidente ou a confirmar se existe algum vínculo com questões políticas mais amplas. A ausência de explicações formais apenas contribuiu para aumentar as conversas e rumores que circulam pelas ruas e nas redes sociais, alguns chegando a falar numa “decoração” ou “ensaio” de golpe de Estado, numa altura em que o país enfrenta desafios políticos e sociais complexos. 

 Fonte: TV Miramar