Oposição denuncia perseguição política após notificação da PGR a Venâncio Mondlane; cidadãos mobilizam-se em defesa do Venâncio Mondlane
A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique notificou recentemente o deputado da oposição Venâncio Mondlane, alertando-o para uma eventual detenção caso não compareça à audiência marcada. Esta acção gerou grande indignação entre os seus apoiantes e reacendeu o debate sobre a alegada instrumentalização da justiça para fins políticos no país.
A reacção popular não se fez esperar. Muitos cidadãos moçambicanos, sobretudo nas redes sociais e em círculos da sociedade civil, manifestaram-se contra o que consideram ser uma clara tentativa de silenciar uma voz crítica do regime. "Estão a prender a democracia!", gritavam alguns manifestantes que se concentraram em frente à sede da PGR, em Maputo.
Venâncio Mondlane, conhecido pela sua postura firme e pelas constantes denúncias de irregularidades no governo e nas instituições públicas, já tinha anteriormente alertado para sinais de perseguição política. "O povo moçambicano já acordou. Não vão conseguir calar-nos com intimidações judiciais", afirmou Mondlane durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, após receber a notificação.
Para muitos analistas políticos, esta situação é apenas mais um capítulo de um padrão recorrente em Moçambique, onde opositores políticos enfrentam processos judiciais sempre que se destacam pela sua influência e apoio popular. "O sistema judicial está a ser usado como ferramenta de repressão", referiu um investigador do Centro de Estudos Políticos de Maputo, sob anonimato.
A possibilidade de uma manifestação nacional também está a ser ventilada por grupos organizados da sociedade civil e partidos da oposição. "Se tocam no Venâncio, tocam em todos nós", lê-se em várias mensagens que circulam online, apelando à mobilização pacífica em várias províncias do país.
Apesar do clima de tensão, Mondlane mantém-se determinado e diz que não recuará na sua luta por um Moçambique mais justo e transparente. "Não é a mim que estão a tentar prender, é a esperança do povo que querem algemar. Mas não vão conseguir", disse o deputado, visivelmente emocionado, num comício espontâneo em Xai-Xai.
A PGR, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os motivos exactos da possível detenção, o que apenas aumenta as suspeitas e o clamor público por justiça e transparência.
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