Líder da oposição comparece à Procuradoria-Geral sob escolta apertada, enquanto multidão de apoiantes desafia intimidação da UIR.
A comparência de Venâncio Mondlane, uma das figuras políticas mais proeminentes de Moçambique, nas instalações da Procuradoria-Geral da Cidade de Maputo, esta sexta-feira, desencadeou um reforço substancial da presença policial nas imediações. As autoridades montaram um robusto dispositivo de segurança, bloqueando temporariamente algumas artérias circundantes ao edifício, numa operação que chamou a atenção de populares e transeuntes.
Segundo uma comunicação oficial da Procuradoria-Geral da Cidade de Maputo, Mondlane foi notificado no dia 20 de junho de 2025 para comparecer ao edifício-sede da instituição às 9h00 do dia 27, a fim de prestar esclarecimentos adicionais sobre uma matéria ainda não especificada publicamente.
Na referida notificação, é também deixado um aviso claro: caso o notificado não se apresente sem uma justificação legalmente válida, poderá ser sancionado com uma multa que oscila entre um e cinco salários mínimos, além de correr o risco de lhe ser decretada detenção compulsiva.
É frequente que a convocatória de Mondlane pela justiça suscite uma mobilização espontânea de apoiantes, que se concentram em frente à Procuradoria para demonstrar solidariedade ao político. Nem mesmo o receio da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), força policial amplamente criticada por práticas repressivas durante manifestações públicas, especialmente as de contestação ao Governo da FRELIMO, impede a presença dos simpatizantes.
Esta mobilização constante em torno de Mondlane reflete não apenas o seu carisma político, mas também a tensão crescente entre o poder judicial e setores da oposição em Moçambique.
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