General desafia João Lourenço e acusa o MPLA de manter Angola prisioneira da corrupção, da pobreza e da repressão

O General-Presidente Carlos Contreiras, figura polémica e cada vez mais vocal no cenário político angolano, rompeu o silêncio e lançou um apelo contundente ao povo de Angola: é chegada a hora de uma revolução armada contra o regime de João Lourenço. Num discurso carregado de tensão e revolta, Contreiras acusa abertamente o Presidente da República e o partido no poder, o MPLA, de perpetuarem um sistema corrupto que mantém a população mergulhada na miséria, no medo e na submissão.

Sem medir palavras, Carlos Contreiras declara que o país está à beira de um colapso social, alimentado por décadas de má governação, clientelismo, repressão e desvio de fundos públicos. Na sua intervenção pública, difundida através das redes sociais e canais alternativos, o General afirma: “Ou o povo se levanta agora com coragem, ou permanecerá acorrentado a um sistema podre e injusto que se alimenta do sofrimento das massas

Para Contreiras, a luta já começou. Segundo ele, a libertação de Angola não será possível por meios convencionais, pois as instituições do Estado foram completamente capturadas por interesses privados ligados à elite dominante. “As urnas estão viciadas, os tribunais são cúmplices e o Exército está dividido. Resta-nos apenas a revolta popular. O medo acabou”, declarou.

Esta chamada à insurreição gerou reações intensas, tanto dentro como fora do país. Enquanto simpatizantes do movimento encorajam a acção imediata, há também vozes que alertam para o risco de mergulhar Angola num novo ciclo de violência. Ainda assim, Contreiras mantém a sua posição inabalável, reforçando que “a liberdade exige sacrifícios” e que “a neutralidade neste momento é cumplicidade com os opressores

A retórica inflamada do general surge num momento de profunda crise económica, com elevados índices de desemprego, inflação galopante e uma crescente percepção de impunidade entre os governantes. A população, fustigada pela escassez de oportunidades e pelo aumento do custo de vida, começa a dar sinais de exaustão e perda de confiança no futuro.

A convocatória de Contreiras à acção armada levanta agora uma série de questões sobre a estabilidade do país, o papel da oposição tradicional e a reacção da comunidade internacional. Organizações de defesa dos direitos humanos e observadores políticos acompanham a situação com atenção, temendo uma escalada de violência que possa desestabilizar ainda mais a região.

Seja vista como um acto de coragem ou de desespero, a mensagem de Carlos Contreiras está a agitar as águas da política angolana. “Revolução ou morte” já não é apenas um grito de guerra – tornou-se um símbolo de uma luta que promete não abrandar.