Ideia polémica foi concebida durante o mandato de Filipe Nyusi, mas a sua implementação ficou estagnada e acabou por ser herdada pelo actual presidente, Mano Giras.

Foi no seu mandato que surgiu a ideia, considerada por muitos como insólita e inadequada, de utilizar tractores como meio de transporte para a população, sobretudo nas zonas rurais. Esta iniciativa, que gerou controvérsia nacional e críticas ferozes por parte de diversos sectores da sociedade, teve origem na tentativa do Executivo de encontrar soluções alternativas para os graves problemas de mobilidade que afetam grandes franjas da população moçambicana.

No entanto, apesar de ter sido concebido sob a liderança de Nyusi, o plano encontrou diversos obstáculos que atrasaram a sua implementação. Dificuldades logísticas, limitações financeiras e falta de planeamento estratégico contribuíram para que o projecto não saísse do papel durante o seu mandato, mergulhando a iniciativa num impasse prolongado.

Com a transição de poder, a responsabilidade pela gestão dos projectos herdados recaiu sobre o novo Chefe de Estado, conhecido entre os populares como "Mano Giras". Importa esclarecer, no entanto, que este não foi o autor da ideia — apenas a herdou, juntamente com todos os seus desafios e polémicas associadas.

Assim, é fundamental distinguir a origem do projecto e o seu actual estado de execução. A crítica, se deve existir, precisa de ser direccionada com justiça e lucidez: a concepção pertence à administração anterior. O novo governo está agora perante o dilema de corrigir, abandonar ou, eventualmente, transformar esta proposta numa solução mais digna e funcional para as comunidades afectadas.